Muita gente fala ou escreve sobre o efeito dos juros, mas poucos realmente entendem como este mecanismo pode levar um individuo à atingir a independência financeira. Neste post vamos entender como funciona os juros e como eles podem fazer toda a diferença em um investimento de longo prazo.
O conceito de juros é bastante antigo, tendo surgido há mais de 3.000 anos em civilizações bem antigas (como a Suméria) como uma compensação pelo uso do capital alheio, conceito parecido com o utilizado hoje pelas instituições financeiras. Quem já leu o livro "O homem mais rico da Babilônia" pôde ter uma ideia muito clara (através das parábolas do livro) de como os juros funcionavam antigamente.
Antes de mais nada, o leitor deve estar ciente que existem basicamente duas formas de juros: os juros simples e os juros compostos, que iremos conceituar adiante.
Nos juros simples, a taxa de juros é aplicada sempre sobre o valor principal de forma linear, sem considerar o saldo ao longo do tempo. Por exemplo: se você pegou emprestado R$ 1.000,00 com uma taxa de juros regida pelo conceito de juros simples, a taxa irá incidir sempre sobre o valor de R$ 1.000,00 e não sobre o saldo final do capital.
Já no caso dos juros compostos, a taxa de juros incide sobre o valor do capital emprestado mais o saldo devedor. Novamente um exemplo: ao emprestar os mesmos R$ 1.000,00 a uma taxa de 1% ao mês, no mês seguinte ao empréstimo a taxa de juros não incidirá sobre os mesmos R$ 1.000,00 (como aconteceria nos juros simples) mas sim sobre R$ 1010,00 que representa o capital inicial mais o saldo de juros e assim sucessivamente.
O funcionário mais eficiente
Quando pensamos em juros compostos, lembramos sempre dos financiamentos, dos juros dos cartões de crédito, do cheque especial etc. pois o descontrole financeiro e os juros compostos em uma situação de dívida podem fazer uma pessoa atingir a ruína financeira em pouco tempo. Todos já viram na imprensa situações em que o individuo deixou de pagar uma dívida de cartão de crédito (ou pagou o valor mínimo) e um valor que era de R$ 1.000,00 em pouco tempo chega à valores impensáveis. Esta é a ação ruim dos juros compostos.
Porém, existe o outro lado da moeda: os juros compostos podem atuar de forma altamente benéfica e trazer grandes benefícios para o investidor. Os juros da poupança, dos títulos públicos ou (e por não?) a rentabilidade dos dividendos podem ser considerados juros compostos, ou seja, juros sobre juros. Neste casos, com o passar do tempo, os juros vão se acumulando, aumentando o capital mês e mês e os valores recebidos vão crescendo exponencialmente pois o valor sobre qual os juros incidem são cada vez maiores. E para que isso ocorra você não precisa fazer absolutamente nada - os juros simplesmente incidem - e acabam "trabalhando" para nós, gerando renda passiva (sem a necessidade de trabalho) e sendo considerado um excelente funcionário (só dá lucro!).
Na prática
Como sempre prefiro trazer exemplos práticos: vejamos a comparação de um investimento mensal de R$ 1.000,00 à uma taxa de juros de 1%, incidindo juros simples e compostos, no período de um ano.
A diferença - como podemos observar - é grande. Enquanto no investimento balizado pelos juros simples foi obtido R$ 600,00 em juros, no investimento que teve por base os juros compostos, obtivemos R$ 23.486,37 em juros - que convenhamos - é uma grande e importante diferença.
Conclusão
Como muitas coisas na vida, tudo tem seu lado bom e ruim e os juros não fogem à esta regra. Enquanto em uma situação de dívida eles podem ser altamente prejudiciais, nos investimentos eles são a resposta para os bons resultados dos investidores, principalmente para aqueles que focam o longo prazo, pois quanto maior o tempo investimento, mais tempo os juros compostos podem trabalhar em seu capital.
Créditos da imagem: freedigitalphotos.net
Cálculos: http://www.calcularjuros.com.br
Excelente post explicatório :D
ResponderExcluirUta!
Obrigado Estagiário! Que bom que gostou! ;)
ExcluirParabens pelo post.
ResponderExcluirO segredo é este mesmo. Juros compostos, o duro é aguentar as oscilações no decurso do período.
Olá Comprando Ativos! Quem está na renda variável - não tem jeito - tem que ter estômago forte...rsrsrs Um abraço e obrigado por acompanhar o blog!
ExcluirParabéns pela matéria!
ResponderExcluirAbços
ITM
Obrigado ITM! Um grande abraço!
ExcluirRafael,
ResponderExcluirQueria fazer uma simulação com juros compostos. Você tem essa tabela para nos enviar, por gentileza?
helvjunior@hotmail.com
Obrigado meu caro.
Helvécio.
Olá Helvécio! Você pode realizar a mesma simulação pelo site: http://www.calcularjuros.com.br. Um grande abraço!
ExcluirMuito legal o post.
ResponderExcluirAlbert Einstein disse a seguinte frase: “Os juros compostos são a força mais poderosa do universo”.
Abraço
Obrigado JohnnieBroker! Einstein sabia o que estava falando! :) Um grande abraço!
ExcluirÓtimo post. Também escrevi sobre o tema recentemente. Entender o poder dos juros compostos é crucial para quem quer investir. Parabéns pelo blog!
ResponderExcluirOlá "Goldfisch"! Obrigado por seu comentário e uma grande abraço!
Excluirolah, todos os Bancos possuem essa teoria?
ResponderExcluireu queria algo a curto prazo, e que me rendesse algo mais que os bancos oferecem hoje ( 0,4%) acho muito pouco, pra no max em 2 anos eu possa lucrar um dinheiro, mesmo que pouco mais que seja certinho, visando meu lucro inicial suponhamos 500,00 e adc 200,00 mensais!! obg pela atenção!!
Olá Adriel! Quando pensamos em renda fixa - pelo menos hoje em dia no Brasil - é bem difícil obtermos uma rentabilidade excelente, principalmente no curto prazo, visto a queda dos juros que vem ocorrendo. Você pode encontrar uma rentabilidade melhor - e isso vai depender do banco - nos CDB's. Um abraço!
ExcluirNão concordo com o cálculo do juros simples. 600 equivale a 1% de 60 mil. O correto seria uma soma de PA com primeiro valor 10 (1% de 1000) e último 600 (1% de 60 mil), que daria 610*30=18300.
ResponderExcluirOlá amigo! O cálculo foi gerado de forma automática em uma calculadora presente em um portal financeiro. De qualquer maneira - e diferenças à parte - o propósito continua o mesmo, ou seja, demonstrar a grande diferença entre os resultados obtidos com os juros simples e compostos. Um grande abraço!
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