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  • terça-feira, 23 de julho de 2013

    Análise: AMBEV (AMBV4 / AMBV3)


    A Ambev é um dos maiores casos de sucesso do mercado de capitais brasileiro, obtendo grande valorização nos últimos anos aliado sempre a um grande crescimento de seus indicadores fundamentalistas (como lucro, unidades vendidas etc.). Neste post vamos analisar de perto esta empresa e entender o motivo de tanto sucesso.



    Histórico

    Segundo o site de Relações com Investidores da empresa:

    "A Companhia de Bebidas das Américas - Ambev é a sucessora da Companhia Cervejaria Brahma ("Brahma") e da Companhia Antarctica Paulista Indústria Brasileira de Bebidas e Conexos ("Antarctica"), duas das cervejarias mais antigas do Brasil. A Antarctica foi fundada em 1885 e a Brahma em 1888, como Villiger & Cia. A marca Brahma foi registrada em 6 de setembro de 1888 e, em 1904, a Villiger & Cia. mudou sua denominação para Companhia Cervejaria Brahma. A Ambev foi constituída como Aditus Participações S.A. ("Aditus") em 14 de setembro de 1998. A Ambev é uma sociedade anônima brasileira, de capital aberto, constituída segundo as leis da República Federativa do Brasil."

    Atuação

    Ainda segundo o site de Relações com Investidores da empresa:

    "O principal negócio em que operamos é o de cervejas, em que somos líderes em diversos mercados com marcas como Skol, Brahma, Antarctica, Quilmes, Labatt, Presidente, entre outras. Além disso, temos também operações de refrigerantes, não-alcoólicos e não-carbonatados com marcas próprias como Guaraná Antarctica e Fusion, entre outras, no Brasil e através de uma parceria com a PepsiCo em diversos países em que operamos. Em 1997, a Brahma adquiriu os direitos exclusivos para fabricar, vender e distribuir os refrigerantes da Pepsi no Nordeste do Brasil e em 1999, obteve os direitos exclusivos para fabricar, vender e distribuir os refrigerantes da Pepsi em todo o Brasil. Desde outubro de 2000, a Ambev detém direitos exclusivos de distribuir e engarrafar os refrigerantes da Pepsi no Brasil. Em janeiro de 2002, expandimos nossa parceria com a PepsiCo para incluir a fabricação, venda e distribuição do Gatorade. Atualmente nosso portfólio de bebidas não-alcoólicas inclui também as marcas H2OH!, no mercado de águas com sabor, e Lipton Ice Tea, no mercado de chás gelados, também vendidas sob licença da PepsiCo. Nosso contrato de franquia com a PepsiCo no Brasil vence em 2017, com renovações automáticas por prazos adicionais de dez anos. Adicionalmente, temos contratos de franquia com a Pepsi na Argentina, Bolívia, Uruguai, Peru e República Dominicana."

    "Atualmente a Ambev tem operações em 16 países: Brasil, Canadá, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai, Guatemala, República Dominicana, Equador, Peru, El Salvador, Nicarágua, Saint Vincent, Dominica e Antigua."

    * Os grifos são do autor da análise.

    Vale destacar neste ponto a atuação destacada dos controladores, em especial Jorge Paulo Lemann, que já foi abordado na seção Grandes Investidores do blog e sua história pode ser lida clicando aqui.

    Dados Fundamentalistas


    Iniciaremos nossos estudo da companhia, observando alguns dados fundamentalistas. Em 2013 - e especialmente neste mês de julho - a empresa vem apresentando uma pequena desvalorização, porém nos últimos anos as ações da Ambev vem trazendo bons resultados (com exceção do ano de 2008, duramente afetado pela crise e onde poucas empresas passaram ilesas).

    O P/L não se apresenta como um dos mais baixos, porém como veremos adiante isso não quer dizer que a empresa esteja cara, pois afirmar isso vai depender do foco (ou do ponto de vista) do investidor. O DY (dividend yield) também não é dos maiores (quando comparado com outras empresas, é claro), porém não é nada desprezível.

    O crescimento recorrente nos últimos cinco anos também está em um índice adequado e dentro das expectativas.  Por fim, a liquidez corrente (que é a capacidade da empresa pagar suas dívidas de curto prazo) também se apresenta boa (na teoria quanto maior que "1" a liquidez corrente se apresentar, melhor).


    Continuamos nosso estudo da Ambev com mais dados fundamentalistas. Podemos observar que desde 2001, o patrimônio, a receita liquida e o lucro vem crescendo consistentemente e aqui podemos observar um comportamento interessante. No ano de 2008, a ação caiu mais de 17%, porém a empresa apresentou bons resultados - a despeito da crise. Neste caso, podemos observar na prática aquela situação em que uma queda drástica na cotação abre uma "porta" para se comprar ações de uma boa empresa a preços descontados. Desse modo, devemos nos lembrar que uma queda drástica na cotação é um sinal importante de alerta, mas nem sempre é sinônimo de resultados ruins.


    Outro dado importante é que a dívida da empresa vem diminuindo ano a ano, o que obviamente é muito bom e desejável. A margem, apesar de se manter estável nos últimos anos, cresceu bastante de 2001 até 2010.

    Fonte: Bussola do Investidor: http://www.bussoladoinvestidor.com.br

    Neste gráfico podemos observar a variação do preço das ações da Ambev (AMBV4) ao longo últimos anos (de 2003 à 2013). Corroborando o que vimos anteriormente - e à exceção do ano de 2008 - o gráfico é praticamente ascendente e bonito de se ver.

    Comparativo

    Como é de costume nas análises do blog, faço uma comparação da empresa objeto de estudo com as outras companhias do setor e neste caso, como não existe outra empresa atuante no mesmo mercado listada na bolsa não será possível tal comparação.

    Proventos


    Através da tabela fica fácil verificar o aumento consistente no pagamento de proventos, o que reflete os bons resultados da empresa. A relação é simples: bons resultados estão na grande maioria das vezes associados à bons e crescentes dividendos, pois os acionistas que alocam seu capital na empresa desejam um retorno compatível com os lucros. Ao menos que a empresa necessite utilizar os lucros para vultuosos investimentos, esta relação (aumento dos lucros versus aumento dos dividendos) tende a se manter.

    * Os dividendos relativos ao ano de 2013 são parciais, visto que na ocasião desta análise o ano ainda não terminou.


    Preço justo

    O preço justo, como sempre acontece nas análises do blog, será apresentado pelos métodos de fluxo de caixa e do Décio Bazin (apresentado no livro Faça fortuna com ações antes que seja tarde). Pelo primeiro método, temos um preço justo de R$ 142,84 (dando uma margem de segurança de 75%) enquanto que pelo segundo método (com o foco no investimento em dividendos) temos um preço justo de R$ 45,50.

    Assim, para um investimento em valor (com foco no crescimento da empresa e da cotação) a ação estaria barata, mas para um investimento em dividendos ela seria considerada cara. Porém, peço que o amigo leitor aguarde um pouco mais, pois falaremos de forma mais extensa sobre como interpretar estes dados mais adiante.

    Para saber mais sobre a formação do preço justo não deixe de acessar: Como calcular o preço justo de uma ação

    Formação de renda

    Para se obter uma renda de R$ 2.000,00 mensais somente com as ações da Ambev, o investidor teria que ter em carteira: 8.792 ações, o que ensejaria um investimento de R$ 703.360,00, isso considerando a cotação atual e um investimento único. Não desprezando o re-investimento dos dividendos e a formação de um preço médio, fica claro que este resultado pode ser atingido de forma muito mais rápida.

    Quem observar os gráficos do inicio do post irá verificar que em meados de 2011 a companhia chegou a ser negociada à R$ 40,00 por ação e quando olhamos a cotação atual, observamos um ganho de 100%, o que corrobora a importância de comprar sempre e por conseqüência reinvestir os dividendos.

    Mas afinal, serve para dividendos?

    Esta é uma questão bastante controversa e que sempre gera discussões acaloradas, visto que a Ambev sempre consta nas listas de boas pagadoras de dividendos indicadas pelas corretoras. Particularmente acredito que a companhia se encontra em um limiar entre se posicionar como uma boa pagadora de dividendos e uma empresa de crescimento. Explico: seu P/L é alto, o que não a qualificaria como boa pagadora de dividendos. Já seu DY de 3% não a qualifica como uma excelente pagadora de dividendos, mas ainda assim esta não é uma distribuição de dividendos ruim. Por outro lado este P/L alto não significa que ela está cara, apenas demonstra o crescimento de sua cotação em relação ao lucro.

    Assim, em uma carteira de ações enxergo a Ambev como um meio-termo: serve para crescimento, assim como para dividendos.

    Resultados excelentes: até quando?

    Outra preocupação constante observada em fóruns refere-se ao topo de crescimento da companhia. Como a Ambev vem crescendo de forma consistente e muitas vezes de forma extraordinária nos últimos anos existe uma especulação em relação até quando este crescimento se manterá plausível. Novamente - e de maneira pessoal - acredito que a empresa tem ainda bons anos de crescimento, apoiados tanto nos eventos que o Brasil irá sediar nos próximos anos (Copa do Mundo e Olímpiadas), assim como pelo aumento do poder aquisitivo da população, a presença maciça na mídia e a agressiva presença de mercado. Assim, na minha opinião, por enquanto ainda não há porque se preocupar.

    Conclusão

    A Ambev é verdadeiramente um fenômeno, que recentemente chegou a valer mais que a Petrobras. Repetidos bons resultados, respeito pelos acionistas e olho no futuro são indicativos de uma empresa que tende a se manter sólida e entregando bons resultados aos seus acionistas.

    E você amigo leitor, é investidor da Ambev? O que acha da empresa? Comente! Aqui no blog Rico por Acaso todos nós aprendemos!


    Links úteis

    Bussola do Investidor: http://www.bussoladoinvestidor.com.br

    Data base da análise: 19/07/2013

    Créditos da imagem: http://www.freedigitalphotos.net/

    O blog Rico por Acaso preza pela qualidade da informação apresentada ao leitor. As matérias aqui apresentadas representam a opinião pessoal de seu autor. Assim deve ficar claro que o blog não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.
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    11 comentários:

    1. Com a extinção das PNs que estão para acontecer, a empresa demonstra respeito ao minoritário em conceder Tag Along para todos.
      E o split tambem deve vir em breve, aumentando a liquidez e facilitando para quem opera no fracionário.
      Abs

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      1. Sim, eu me esqueci de abordar a questão da extinção das PN's. Para quem não sabe, só existirão as ações denominadas ordinárias (AMBV3). Um abraço!

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    2. Quais os parâmetros para se chegar num preço justo de R$ 140,00?
      Qual foi a taxa de desconto utilizada, qual foi a taxa de crescimento utilizada, qual foi o período utilizado e quanto foi o percentual na maturidade?

      Duvido que qualquer estimativa minimamente realista daria um preço de R$ 140,00.

      Abraço

      Soulsurfer

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      1. Os dados do preço justo pelo método do fluxo de caixa foram obtidos através da calculadora do GuiaInvest, com taxa de crescimento para 5 anos. Um abraço!

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      2. Eu entendi, colega.
        Entretanto, você precisa colocar uma taxa de desconto (que é o custo ponderado entre o capital próprio e de terceiros), bem como uma expectativa de crescimento, determinar qual o período (isso você respondeu), bem como qual é o valor da maturidade.
        Sem esses dados, não dá para saber se foi muito otimista ou não. Entretanto, pelo valor de R$ 140,00, posso pensar que foi exageradamente otimista, pois as análises sobre precificação pelo fluxo de caixa da AMBEV não deixava margem de segurança, muito menos uma margem de mais de 50%.

        Soulsurfer

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      3. Eu entendo, essas taxas/expectativas estão presentes na operação da calculadora. Não os tenho no momento, mas irei pesquisar e disponibilizar no post. Agradeço sua contribuição!

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    3. Olha, seguindo o meu querido Graham, sim, AMBV está cara! E muito! Depois das últimas quedas temos diversas empresas com P/L ou P/VP baixíssimos, com excelentes ROE e crescimentos até melhores!

      Quer um exemplo OIBR (apesar de estar sendo esculachada!).

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      1. Olá Kleber! Obrigado por seu comentário! Evidente que ela não é uma das empresas mais baratas do mercado, mas ainda vejo espaço para ela em carteiras de longo prazo. Um abraço!

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      2. O mercado cobra alto pelos fundamentos de empresas desse naipe.
        É como diz o Bastter; empresa como essa, barata, fora de crise sistêmica é delirio.

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    4. O crescimento exponencial que ocorreu nos últimos anos não irá se repetir, ao meu ver, devido aos dois seguintes pontos:
      I. A produtividade da empresa melhorou muito, porém hoje o consumo de água na produção já chegou a um patamar muito baixo, onde alguma melhoria se torna muito difícil.
      II. O consumo de cerveja do brasileiro aumentou muito nos últimos anos, porém hoje já se equipara à media mundial. Logo, por mais que haja crescimento, não será algo nem parecido ao que houve nos últimos 10 anos.

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      Respostas
      1. Olá Anônimo! Obrigado por seu comentário e opinião acerca da companhia. Com certeza irá ajudar e balizar a tomada de decisão dos investidores. Um abraço!

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