A situação atual do setor elétrico

A edição da medida provisória 579, bem como os efeitos das revisões tarifárias "bagunçaram" o setor elétrico em 2012. Passados quase um ano dos efeitos das novas medidas, vamos neste post analisar qual a situação atual de algumas empresas deste setor.

O ano de 2012 (principalmente o segundo semestre) foi particularmente difícil para as empresas do setor elétrico. A edição da Medida Provisória 579 acabou gerando muita desconfiança no mercado, o que fez com que o preço de muitas ações atingissem níveis que não eram vistos há muito tempo.

A Medida Provisória em questão perdeu sua eficácia (pois não foi votada a tempo pelo Congresso) e o governo em uma manobra no minimo discutível acabou renovando as características destas medidas através de um decreto. Manobras à parte, já se passou quase um ano da edição da medida provisória e hoje já podemos ter uma ideia de como as empresas se comportaram frente aos novos desafios do setor.

Na tabela abaixo listo algumas empresas do setor, seus dados fundamentalista atuais e depois irei tecer alguns cometários.

As três primeiras empresas da lista foram as que teoricamente iriam sofrer mais com os efeitos da Medida Provisória 579. Cemig e Transmissão Paulista não aceitaram a renovação antecipada de algumas concessões e acabaram apresentando resultados bastante diversos. Como já escrevi algumas vezes, acredito que a Cemig tem boas vantagens competitivas por ser bastante diversificada, atuando na geração e transmissão, além de ter operações em diversos estados e também em outros países. Deste modo, podemos observar que mesmo com todo o falatório do ano passado, a Cemig se valorizou em 2012 e continua apresentando bons resultados em 2013, com um bom DY e um P/L adequado.

A Transmissão Paulista, apesar de ter perdido quase 40% do valor de sua ação em 2012 vem apresentando uma discreta recuperação. A Eletrobras - indiscutivelmente - foi a empresa que mais apresentou perdas no setor elétrico. Se desvalorizou em 2012 e continua perdendo valor em 2013.

Alguns analistas projetam bons dividendos para a Transmissão Paulista e Eletrobrás em 2013, fato ocasionado não pela melhora dos resultados financeiros, mas por uma diminuição no valor da ação e a manutenção (pelo menos por enquanto) do valor do dividend yield o que acaba apresentando uma relação mais positiva.

Coelce, Taesa e AES Tiete são empresas que já sofreram os efeitos da revisão tarifária (e não tem relação com a MP 579) e continuam entregando valor aos seus investidores e mantendo DY e P/L bastante atrativos.

Por fim, a tão odiada (e amada) Eletropaulo que continua em um movimento especulativo, onde tem semanas que sobe drasticamente (sem motivo aparente) e depois cai novamente. Seu DY diminuiu consideravelmente e o valor de sua ação chegou a patamares muito baixos e talvez (frisando: talvez) fique estável neste valor.

E ficam os questionamentos: é hora de voltar a comprar as elétricas? Ou é melhor vender pois a situação só tende a piorar? Novamente acredito que o melhor conselho é analisar profundamente as empresas e seus resultados trimestrais/anuais e observar qual o caminho que elas tem seguido e qual o planejamento da companhia para o longo prazo e assim - se você tiver confiança ou não no ativo - tomar a decisão que achar mais sensata e evitando se ater aos movimentos de pânico do mercado.

E você amigo leitor, o que tem feito em relação às elétricas? Qual sua percepção deste setor no atual cenário?