O investimento em dividendos não pode ser comparado com a poupança

A comparação do investimento focado em dividendos com a poupança é realmente possível? Os resultados são reais? Neste post iremos entender um pouco mais sobre esta relação e como algumas comparações não tem razão de existirem.

Recentemente tenho sido questionado em algumas mensagens dos leitores acerca da validade do investimento em ações com foco em dividendos. Muitos inclusive comparam os resultados deste investimento com os rendimentos da poupança.

Vejamos um comentário recente do blog:

(...) Se eu comprar 500 ações da CCR a R$18,31 gastarei R$ 9.155,00 e se ela me pagar 3,3% a.a. de dividendos receberei R$ 302,11. Levanto-se em conta que se eu aplicar R$ 9.155,00 na poupança eu teria de retorno em um ano R$439,44. Diferença de 137,33 para os dividendos. Seria mesmo vantajoso aplicar em ações nesse cenário? Como é a defesa do patrimônio em relação a inflação? (...)

Na verdade, estas mensagens são muito importantes, principalmente porque a situação apresentada pelo leitor gera um questionamento muito pertinente.

Para responder a esta questão inicialmente devemos entender que o investimento em dividendos (e em ações no geral também!) não se resume somente aos dividendos.

Voltando ao questionamento do leitor: digamos que ele compre hoje ações da CCR à R$ 18,31 e que ele receba 3,3% em dividendos, mas que no final do ano estas mesmas ações estejam cotadas cada uma à R$ 25,00. Fica claro que além do rendimento obtido em dividendos, o investidor teve um acréscimo real de 36,50% em seu patrimônio, sendo que ao final deste período e somando o que foi recebido em proventos temos quase 40% de rentabilidade no ano.

Deste modo podemos verificar que o resultado supera em muito o que ele poderia obter na poupança ou mesmo em títulos públicos.

Outro ponto a ser notado é que a poupança irá pagar uma taxa de juros - que se não for constante - tenderá a ser cada vez menor ao longo dos anos, principalmente devido ao movimento de queda da taxa básica de juros que estamos vivendo. Por outro lado, boas empresas (que possuam um diferencial competitivo) tendem a se valorizar ao longo dos anos e por consequência pagar mais dividendos neste período.

Conclusão

Enquanto as taxas pagas na renda fixa (no caso deste post, a poupança) tende a se manter - na melhor das hipóteses - constante, o investimento em ações de boas empresas com foco em dividendos tende a entregar um melhor resultado no longo prazo, principalmente devido ao aumento dos proventos distribuídos, aliados ao aumento da cotação do ativo. Portanto, não há motivos para comparar o investimento na poupança com o investimento em ações com foco em dividendos.

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