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  • quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

    Como negociar dívidas


    Todos sabemos o quanto é prejudicial investir tendo dívidas pendentes, visto que os juros que elas carregam (do cartão, cheque especial etc.) são muito maiores que o potencial de ganho que podemos ter com nossos investimentos. O que muita gente não sabe é que as dívidas podem ser negociadas e algumas dicas simples podem ajudar neste processo.

    No último sábado (dia 15 de dezembro) assisti um filme na Globo que me surpreendeu tanto pela temática quanto pela abordagem. O filme "Os delírios de consumo de Becky Bloom" (Confessions of a Shopaholic) conta a história Rebeca Bloomwood, uma jovem novaiorquina com compulsão por compras. Após um desencontro de currículos ela acaba conseguindo emprego em uma publicação voltada para economia e se torna conselheira de pessoas com problemas financeiros (mesmo estando totalmente quebrada!). O filme acaba mostrando muitas situações que os endividados passam, como cobranças constrangedoras, a tentativa (muitas vezes frustrada) de frear o ímpeto de consumo etc. Enfim, de uma forma bem humorada o filme passou sua mensagem e fiquei feliz em ver este filme passando na televisão.

    Mas porque estou escrevendo sobre este filme? Afinal este não é o blog do Rubens Evald Filho...Escrevo sobre este filme pois tenho certeza que muitos espectadores "se viram" na personagem principal Rebeca Bloomwood. Muitos estão endividados e não sabem como se livrar destas pendências. Outros não conseguem discernir o que é importante para o momento, do que é supérfluo. Não quero neste post criticar ninguém por seus hábitos de consumo - pois cada um sabe o que faz com seu dinheiro - mas sei que existem muitas pessoas (como a protagonista do filme) que estão literalmente perdidas, sem saber como ou onde começar a reverter um quadro importante de endividamento e algumas dicas podem ajudar bastante neste processo:

    Saiba para quem está devendo

    Este é o primeiro passo a ser tomado. Muitos (super) endividados não sabem sequem para quem estão devendo. Vá até a Associação Comercial de sua cidade e solicite uma consulta de seu CPF. Com as empresas e os valores em mãos fica muito mais fácil direcionar as ações.

    Aproveite os mutirões

    Os mutirões - muitas vezes encabeçados por Juizados Especiais - surgem principalmente nas vésperas de datas comemorativas. Apesar do seu lado negativo (limpam o nome do indivíduo para estimular novamente o consumo) tem suas vantagens, pois contam com a ajuda de mediadores que podem facilitar em muito a resolução dos problemas. Esteja sempre atento, pois estas campanhas são bastante noticiadas na televisão e nos jornais.

    Não aceite a primeira proposta

    É comum que as empresas façam "jogo duro" no início das negociações, pois a intenção é receber o valor integral da dívida acrescido dos juros e multas. Porém, a partir do momento em que se percebe que este pagamento começa a ficar mais difícil elas começam a abrir exceções e é ai que o devedor deve empreender esforços e barganhar o máximo que puder. Negocie juros, multas e o valor final. No início pode ser complicado, mas tenha em mente que a empresa não quer perder os valores devidos e se ao menos receber o que já era devido sem as multas e os juros, ela já sairá ganhando.

    Evite intermediários

    A fim de diminuir custos e fazer um serviço especializado (mas nem sempre coerente e baseado no respeito) as empresas contratam terceirizadas de cobrança. Tente sempre negociar com a empresa que se está devendo, indo diretamente na fonte e evitando intermediários. Estas terceirizadas ganham sobre o valor recebido e por consequência quanto maior o valor cobrado maior a comissão, o que diminui sobremaneira a possibilidade de uma negociação com maiores vantagens para o consumidor.

    Procure concentrar a dívida em uma só prestação

    Se possível, tente concentrar a dívida em uma só prestação, quitando todas as outras. O que observamos na prática é que o individuo acaba pegando empréstimo atrás de empréstimo e se "enrola" cada vez mais em uma "bola de neve" que parece não ter fim. Sei que é extremamente difícil (praticamente impossível) conseguir crédito com o nome sujo, porém algumas classes (como os funcionários públicos e aposentados) podem conseguir algumas linhas de crédito mesmo com restrições no nome e quitar suas dividas concentrando o saldo devedor em apenas uma prestação.

    Não comprometa mais que 30% de sua renda com a renegociação das dívidas

    Ao negociar suas dívidas tente não comprometer mais que 30% de seus rendimentos. Faça as contas e saiba sua real capacidade de pagamento, pois de nada adianta negociar uma dívida e não conseguir honrar esta negociação. Seja extremamente realista e não conte com possíveis incrementos na renda futura. Conte com o que você tem hoje pois não honrando uma renegociação fica muito mais difícil uma nova negociação no futuro.

    Procure ajuda

    Se mesmo assim você não conseguir resolver seus problemas - não tenha vergonha - e procure ajuda especializada. Os escritórios de Procon e muitos Juizados Especiais tem equipes especializadas no auxílio de super endividados.


    Outros comportamentos que podem ajudar o endividado:

    Modifique seus hábitos de consumo

    Muitas pessoas, mesmo endividadas mantém um padrão de consumo fora da realidade. Admita sua realidade e corte o que não for essencial. Deixe de comer um lanche na rua e faça um em casa.

    Procure arrumar uma renda extra

    Tente arrumar uma renda extra, pois ela poderá potencializar seu poder de pagamento das dívidas. 

    Com as dívidas pagas, inverta o processo

    Com as dívidas pagas chega a hora de inverter o processo e começar a investir. Procure não cair novamente na tentação do consumismo desenfreado. Comece a guardar e investir seu dinheiro. Pague a si mesmo primeiro. Você não precisa ser arrojado logo no inicio: comece investindo na caderneta de poupança. O importante é criar um comportamento e uma cultura de investimento.

    Deve ficar claro que a intenção da renegociação das dívidas não é limpar o nome para gerar mais consumo e formar uma nova bola de neve como pretende o comércio na véspera de grandes datas comemorativas. O objetivo é se libertar das dívidas para que o individuo possa novamente deitar na cama e dormir tranquilo para deste modo iniciar um processo de investimento contínuo e saudável.

    Créditos da imagem: http://www.freedigitalphotos.net/
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    4 comentários:

    1. Esses dias passou uma entrevista (aquelas mesmas de sempre sobre o que fazer com o 13º?) onde o economista elenca as prioridades do que fazer com o 13º: 1º quitar dívidas caras como cheque especial e cartão de crédito. 2º Quitar/Antecipar financiamentos de veículos. 3º Quitar/antecipar financiamentos habitacionais. 4º Investir em poupança ou previdência privada.
      Então o repórter diz: Mas a pessoa trabalhou e sofreu o ano inteiro! Gastar é tão bom e ela merece gastar com um festa e/ou presentes. Gastar também é qualidade de vida.
      O Economista rebate: Uma festa dura apenas um dia, já começar o ano sem dívidas vai lhe render um ano inteiro sem preocupações. Isso também é melhora na qualidade de vida!

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      1. Olá Adriano! A resposta do economista foi muito boa e só reafirma que a mídia - na maioria das vezes - não está preparada para transmitir bons comportamentos financeiros.

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    2. Só complementando e parabenizando pelo excelente post:
      Sou servidor público e ano retrasado fiz uma palestra para os (cerca de 200) servidores da escola onde trabalho e seguem algumas estatísticas:
      70% dos servidores têm alguma linha de empréstimo consignado em folha de pagamento (cartão de crédito, cheque especial e financiamentos não aparecem no contracheque);
      Desses 70%, mais da metade têm mais de 3 linhas de crédito, ou seja, nem um, nem dois, nem três empréstimos resolveram a situação financeira;
      4 servidores estão próximos do limite da margem consignável de 30% só na folha de pagamento;
      Os servidores que têm mais de 3 linhas de crédito só quitariam suas dívidas (caso não contraiam novas) em não menos de 4 anos.

      Isso também prova que estabilidade financeira não é sinônimo de boa saúde financeira.

      Mais uma vez, parabéns pelo ótimo post e sucesso!

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      1. Olá Adriano! Excelente constatação. A estabilidade do setor público (e porque não dos aposentados) permite que sejam oferecidas certas linhas de crédito que muitas vezes leva o individuo a se complicar financeiramente. Parabéns pelo trabalho de educação financeira em seu serviço, pois estes tipos de ações só trazem resultados positivos. Um abraço!

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