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  • segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

    Investindo em ações: qual o valor mínimo para iniciar?


    Uma dúvida recorrente em muitas pessoas que anseiam entrar no mundo dos investimentos em ações é quanto dinheiro é necessário para começar os aportes. Este é um assunto que gera bastante discussão, pois os especialistas divergem muito em suas opiniões.
    Alguns sugerem que se junte uma quantidade considerável de dinheiro na renda fixa para só depois entrar na Bolsa de Valores, visto que as taxas (corretagem, manutenção de conta etc.) podem no curto prazo diminuir a rentabilidade do investimento. Eu concordo com estes argumentos em partes, por isso vamos iniciar com a minha própria experiencia.

    Antes de iniciar na bolsa de valores eu só tinha tido contato com a famosa caderneta de poupança que como todos sabem não tem um valor minimo para se iniciar os aportes. Com o intuito de conhecer o mercado de ações e sentir as altas e baixas do mercado meu primeiro aporte foi de R$ 300,00. Lembrando que desses R$ 300,00, R$ 5,00 foram pelo "ralo" com a corretagem e R$ 10,00 com a manutenção mensal da conta na corretora, portanto meu poder de compra ficou resumido à R$ 285,00.

    Como pequenos ou mesmo médio investidores temos que ter em mente que os resultados mais tangíveis sejam em dividendos ou mesmo em valorização da carteira somente serão visto entre dois, três, quatro até cinco anos. 

    O pequeno investidor talvez por uma visão equivocada da bolsa muitas vezes pode acreditar que R$ 300,00 tem que se transformar em R$ 1.000,00 em pouco tempo. E isso não vai acontecer. Aliás, se acontecer será em um papel altamente especulativo, como aconteceu com a Mundial, e o resultado todos sabem de cor.

    Meu primeiro aporte de R$ 300,00 foi na Usiminas (USIM5) e os amigos que acompanham o mercado já sabem o que pode ter acontecido. Comprei e no outro dia já estava perdendo e continuei perdendo por muito tempo. Mas este pequeno aporte foi importantissimo, pois foi totalmente sem estudo. Simplesmente eu li algumas pessoas falando do papel e coloquei o dinheiro lá. Culpa da falta de experiência, porém essa situação me fez estudar, estudar e estudar.

    Ainda assim aportes regulares de R$ 300,00 à R$ 500,00 na minha opinião são perfeitamente possíveis e trazem resultados no longo prazo. Devemos ficar atentos ao fato que aportes nestes valores devem ser utilizados para a compra de um único papel ao mês, visto que a compra de mais de um gera mais tarifas e consequentemente diminui o poder de compra das ações. Se você quer montar uma carteira com 6 empresas, compre uma por mês e depois de montada a carteira reinicie a compra, uma por mês naquelas que estiverem mais atraentes. Com o tempo as tarifas podem perfeitamente ser diluidas no investimento.

    Já aqueles que dispõe de um valor maior para investimento mensal (R$ 1.000,00 ou mais) devem pensar seriamente em diversificar o investimento para proteger o capital. Além disso, aportes de mais de R$ 1.000,00 são necessários para a compra de cotas iniciais em fundos de investimento o que muitas vezes acaba por confundir o pequeno investidor sobre o montante necessário para iniciar os investimentos.

    Vamos a um exemplo prático para o pequeno investidor. Realizaremos uma simulação de um investimento de R$ 300,00 mensais em Vale (VALE5) de acordo com o valores do ultimo pregão (02/12/2011) e considerando uma valorização anual de 15% do papel e isto por um período de cinco anos:

    1. ANO

    Aportes: R$ 3.600,00
    Quantidade de ações: 90 ( cada ações a R$ 39,90)
    Dividendos: R$ 257,40 (R$ 2,86 por ação - * valores distribuidos até o momento em 2011)

    2. ANO

    Aportes: R$ 3.857,40 (aporte mais o re-investimento dos dividendos)
    Quantidade de ações: 174 ( cada ação a R$ 45,88)
    Dividendos: R$ 497,64

    3. ANO

    Aportes: R$ 4.097,64
    Quantidade de ações: 251 (cada ação a R$ 52,76)
    Dividendos: R$ 717,86

    4. ANO


    Aportes: R$ 4.317,86
    Quantidade de ações: 322 (cada ação a R$ 60,67)
    Dividendos: R$ 920,92


    5. ANO


    Aportes: R$ 4.520,92
    Quantidade de ações: 386 (cada ação a R$ 69,77)
    Dividendos: R$ 1.106,24

    Por fim e analisando a simulação acima deve ficar claro ao pequeno investidor que é possível iniciar os investimentos em bolsa, via homebroker e com pequenos aportes, porém mais do que nunca o longo prazo deverá um aliado ao invés de um inimigo que só irá postergar a independência financeira. A simulação acima (bem superficial) demonstra o poder do investimento constante e do re-investimento dos dividendos.

    Como sempre escrevo aqui no blog, acredito que o mais importante não é o valor investido, mas sim criar a cultura de investir, de separar mensalmente um valor para ser investido e construir um futuro melhor para você e sua familia. Muito importante é sair da zona de conforto! Investir é preciso!

    * O assunto de hoje no blog foi uma sugestão do leitor Julio Duarte. 

    Um grande abraço a todos e uma ótima semana!!!

    Créditos da imagem: http://www.freedigitalphotos.net/

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    2 comentários:

    1. Olá Rafael, parabéns pelo "Rico Por Acaso". Siga em frente com a sua estratégia de investimento e manutenção do seu Blog que é muito legal.
      Estou na Bolsa há apenas 3 anos com aportes mensais constantes desde out/2008. Como demontrou acima, também faço estimativas anuais de rentabilidade da minha carteira. Confesso que 15% ao ano também é meu objetivo, mas não é fácil atingir esse alvo. O mais importante é manter os aportes mensais em boas pagadoras de dividendos e diversificar nos vários setores da economia.
      Sucesso.
      Fabricio

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    2. @AnônimoObrigado Fabricio por suas palavras e pela participação no blog! Como sempre costumo dizer o longo prazo premia aqueles que são pacientes! Um grande abraço e uma ótima semana!

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