Frequentemente recebo alguns questionamentos sobre bonificação de ações. Neste post, apresento as dúvidas (e as respostas) mais comuns sobre esta operação.
Conceito
As bonificações nada mais são que a distribuição dos resultados de uma determinada empresa através da emissão de novas ações, utilizando para isso a incorporação de reservas ao capital social da companhia.
Como funciona na prática
Quando uma empresa anuncia uma bonificação, cada acionista receberá novas ações gratuitamente e sempre na exata proporção das ações que já tinha em carteira. A principio, uma bonificação não apresenta grandes vantagens visto que somente o número de ações é alterado, sendo que a posição financeira do investidor (e da companhia) continua a mesma.
Por exemplo: se você tem 400 ações de uma empresa valendo R$ 50,00 cada e recebe uma bonificação de 100 ações, você terá a partir desta operação 500 ações valendo R$ 40,00 cada. Note que nos dois casos o seu patrimônio continua sendo de R$ 2.000,00.
Como vimos, a bonificação aumenta o número de ações da companhia, sem aumentar o patrimônio liquido da mesma, visto que as reservas que foram incorporadas ao capital social já faziam parte do patrimônio da empresa.
Imposto de renda
Como o custo das novas ações é zero, não há incidência de imposto de renda na operação de bonificação, porém isso não quer dizer que elas não devem ser declaradas. Vale lembrar que caso essas ações sejam vendidas, os lucros devem ser computados para o calculo do imposto de renda.
Dividendos
O recebimento dos dividendos passa a ocorrer de acordo com a nova posição acionária. Muitos podem questionar que a perda de valor dos papéis pode anular uma possível vantagem em um maior recebimento de dividendos (pois o número de ações aumentou), mas quando pensamos no longo prazo e em uma possível recuperação dos valores das ações, podemos claramente vislumbrar uma grande vantagem futura das bonificações na geração de renda passiva.
Nesse caso o meu "preço médio" fica menor?
ResponderExcluirNo caso da bonificação, mesmo elas não custando nada, você deve adicionar a quantidade ações recebidas ao total de ações que você possui, sendo que o seu preço médio vai baixar um pouco em função disto. Um abraço!
ExcluirEntão qual a diferença entre o split e a bonificação?
ResponderExcluirOlá André! Um split de ações é a divisão de uma ação em várias outras e que acontece quando as ações estão com um valor muito elevado, dificultando a sua negociação. Por exemplo: é mais fácil vender uma ação a R$ 50,00 do que a R$ 500,00, concorda? No caso do split não existe a incorporação de reservas. Um abraço!
ExcluirBeleza, entendi, a principal diferença é a incorporação de reservas, feita pela bonificação, enquanto o split é basicamente para facilitar a liquidez.
ExcluirExatamente André!
ExcluirMas me diga : se a empresa tinha 100,000,000 de ações e deu bonificação. Eu aumentei de 400 para 500 ações, mas todos aumentaram. Como é que na divisão de dividendos eu vou ganhar mais, uma vez que no denominador houve proporcional aumento de ações?
ResponderExcluirQuando escrevi sobre o aumento dos dividendos, foi se referindo ao longo prazo. No curto prazo, não se verificará maiores vantagens. Porém, no longo prazo e com o aumento da lucratividade da empresa, mais ações levarão à mais dividendos. Um abraço!
ExcluirRafael, na verdade, dividendos, juros sobre capital próprio ou bonificação só se diferenciam entre si devido ao tratamento tributário, tanto para a companhia quanto para o acionista. Em termos de RENTABILIDADE BRUTA, para o investidor não faz diferença alguma.
ResponderExcluirVeja, se são pagos dividendos ou JCP, o valor patrimonial da ação é automaticamente reduzido na mesma proporção. Ou seja se o VPA é 20 e são pagos 2 a título de dividendos, no dia EX o VPA será 18.
Se há bonificação, o VPA é reduzido para representar adequadamente o Patrimônio Líquido da companhia. E em nada afeta a RENTABILIDADE BRUTA do investidor. Nem o Yeld é afetado.
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