Como organizar seus investimentos em ações

Organização é uma qualidade que deve nortear todos os aspectos de nossa vida. Sem organização não podemos ter uma empresa sadia, um casamento saudável e muito menos uma carteira de investimentos próspera.

Ter uma tabela com seus investimentos e suas variáveis é de extrema importância, pois somente através de uma visualização clara é que podemos tomar decisões acertadas e evitar erros, que a desorganização pode fatalmente nos levar.

Mas como organizar os investimentos em ações?

Com toda certeza existem muitos "investidores" que ainda mantém seus investimentos de forma desorganizada, muitas vezes sem saber ao certo a rentabilidade que tem conseguido ao longo dos meses/anos ou mesmo sem observar qual a real situação financeira da empresa em que está alocando seu dinheiro.

Uma das vantagens que eu vejo em organizar uma tabela com as variáveis de seus investimentos é a possibilidade de ser ter em mãos - e de forma organizada - todas as informações que podem afetar diretamente seus investimentos. Ao "alimentar" a tabela, você invariavelmente observa com mais atenção os dados, estuda suas consequências e pode chegar a conclusões que uma simples "olhada" em sites ou fóruns pode passar despercebida.

Um exemplo de tabela que eu comumente uso é esta abaixo:

(* Esta é uma carteira simulada e de forma alguma representa uma indicação de investimentos, servindo apenas como demonstração *)

A primeira variante a ser observada é a cotação atual do papel. Devemos observar também o preço médio que temos pago no papel em questão. Quem é Buy & Holder, deve ter estes dados em mãos, pois a formação de um preço médio é uma das formas de valorização da carteira no longo prazo. O preço médio, comparado com a cotação atual pode nos dar uma idéia se o preço atual da ação está atrativo ou não, porém não é conclusivo para indicação de compra ou venda.

Em seguida vem o índice P/L, ou seja, preço/lucro, que nada mais é que uma divisão do preço atual do papel pelo lucro que cada ação realiza. É um bom índice para se verificar se o preço pago pela empresa está caro ou não. Quanto maior o P/L mais cara está a empresa, porém este índice também não é conclusivo.

Depois temos que analisar o DY, sigla para Dividend Yield, que é a porcentagem do valor da ação que retorna na forma de dividendos para o acionista. Claro que quanto maior o DY, melhor é para o acionista. Se você tem uma carteira focada em dividendos, suas empresas devem apresentar um DY alto, ou pelo menos a média dos DY's de sua carteira devem ser superiores à rentabilidade da renda fixa.

Outro índice que deve ser analisado é o crescimento nos últimos 5 anos. Também neste caso, quanto maior a porcentagem, melhor é para o investidor, pois mostra que a empresa tem capacidade de apresentar crescimento em um período médio. Nestes 5 anos podem ter ocorrido crises, baixas na Bolsa e se a empresa mostra um crescimento recorrente é um bom indicio de boa governança coorporativa.

O LPA, ou lucro por ação também é um índice que deve ser analisado. Quanto maior o lucro, melhor o papel.

A margem liquida é um importante índice, pois mostra o quanto a empresa tem de lucro em seus produtos/serviços, já descontados os impostos e os custos de produção. Quando maior a margem, maior a segurança do investimento. A medida que a margem diminui, diminuem-se os lucros e pode ser um indício de uma maior concorrência no setor, pois a empresa pode estar diminuindo as margens para ser mais competitiva. Além disso quanto menor a margem, mais a empresa tem que vender para manter o caixa pujante.

O ROE, que significa em português, retorno sobre o patrimônio liquido demonstra a capacidade da empresa em agregar valor a ela mesma utilizando seus próprios recursos. Portanto, quanto maior o ROE mais capacidade tem a empresa de gerar lucros para o acionista.

A liquidez corrente demonstra a capacidade da empresa pagar suas dívidas no curto prazo. Este índice deve pelo menos ser sempre maior que 1. Pois se for menor, demonstra que a empresa tem pouco caixa para honrar suas dívidas e no caso da necessidade urgente de dinheiro terá que contrair empréstimos, o que para qualquer empresa ou para os acionistas não é um bom negócio.

Conhecer a valorização de cada empresa comprada é muito importante, pois demonstra a situação de seus investimentos e o que a empresa está representando no conjunto de sua carteira de investimentos. Ter também noção da valorização anual do papel também é importante para comparar suas ações com o mercado.

Na ultima linha da tabela eu costumo calcular o DY médio, a valorização total da carteira e valorização do IBovespa no ano, para assim ter uma real demonstração do valor da carteira comparada com o mercado. Na tabela que fica logo abaixo você pode organizar as ações que você quer acompanhar para compras futuras.

É claro que esta é uma tabela que atende as minhas necessidades e você pode facilmente adicionar novos índices que atendam as suas análises.

Alguns valores podem ser facilmente encontrados em sites de referência como o Fundamentus e o InfoMoney.

O mais importante é manter seus investimentos organizados, para sempre que necessário poder tirar conclusões e tomar decisões acertadas sobre a venda e compra de ativos.

E você amigo leitor, como organiza seus investimentos?

Créditos da imagem: http://www.freedigitalphotos.net


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