Acompanhamento de carteira: Janeiro / 2013

Janeiro começou bastante animador, porém durante o mês o mercado de ações apresentou muita volatilidade (o que já era esperado) fazendo o iBovespa (e a carteira Rico por Acaso) terminarem o mês no vermelho.

Como já escrevi, o mês de janeiro começou apresentando ganhos e acabou terminando no negativo, tanto para o índice Bovespa como para a carteira Rico por Acaso. O ibovespa findou o mês com uma perda de 1,95% aos 59.761 pontos. A carteira Rico por Acaso fechou o mês negativa em 4,33%, sendo este o resultado da queda da cotação de boa parte das ações da carteira.

Empresas como: Banco do Brasil, Vale, Cemig e Cielo contribuíram para as perdas, mas novamente quem mais contribuiu foi a Eletropaulo. Apesar de em dezembro ter apresentado ganhos fantásticos (na ordem de 25%), as ações da elétrica perderam 18,75% em janeiro.  Por outro lado, CCR, Vivo e Eternit apresentaram ganhos e evitaram que a carteira perdesse mais durante o mês.

Sai Coelce...

Em janeiro realizei uma importante mudança na carteira: vendi minha posição em Coelce. A princípio pode parecer um decisão no mínimo insensata, pois a Coelce é uma excelente pagadora de dividendos, apresenta crescimento recorrente, está presente em uma região em franco crescimento - enfim - para mim (e para muitos) uma excelente empresa.

Acontece que já se faziam 2 meses que eu tentava comprar COCE5 no fracionário e simplesmente não conseguia visto que a quantidade de negócios se apresenta muito baixa. Outra situação que auxiliou nesta tomada de decisão foi o boato que a empresa pretende fechar o capital. Em comunicado recente, a Coelce não confirmou (mas também não desmentiu) essa possibilidade e anunciou que pretende capitar dinheiro no mercado, que pode (na minha opinião) ser utilizado para este fim (fechamento do capital).

Desse modo cheguei à algumas conclusões:

1ª - Se está difícil para comprar, se uma hora for necessário será difícil para vender. A intenção do longo prazo é não vender as ações e formar patrimônio, mas a liquidez não deve ser deixada de lado. Portanto, essa baixa liquidez acabou se tornando o primeiro ponto negativo da ação.

2ª - Já diz o ditado "que onde tem fumaça tem fogo". Acredito na possibilidade do fechamento do capital da empresa e se ela tem essa intenção posso deduzir que ela não quer dividir seus lucros com outros acionistas (muito menos com os minoritários). Assim, se eu (e meu dinheiro) não são importantes para a empresa, é melhor eu não ser sócio.

Concluindo: É uma boa empresa? Sim. Mas para mim não deu mais.

Entra Cielo e CCR

Em janeiro acabei comprando Cielo e CCR. A Cielo apresenta um P/L ainda dentro da média e bons números, tanto em crescimento, lucratividade etc...Apesar do governo já ter anunciado que pretende  focar na diminuição dos juros cobrados pelas operadoras de cartão, acredito que a empresa ainda tem uma boa possibilidade de crescimento para o futuro.

A CCR tem um P/L alto (de empresa de crescimento) e foi exatamente com este foco que comprei este ativo. Sempre reafirmo que uma carteira de dividendos não deve ser 100% dividendos e sim apresentar um "mix" de empresas com foco em dividendos e crescimento. E é exatamente isto que tenho implementado na carteira há alguns meses. Além disto, CCR tem investido na diversificação da receita, o que ao meu ver pode ser bastante benéfico no futuro.

Eletropaulo

Não fosse a Eletropaulo, o resultado do mês teria sido bem melhor. Muitos leitores me perguntam o que fazer com a empresa e isto eu não posso dizer pois cada investidor deve analisar a empresa, entender seus prós e contras e decidir se quer ser sócio ou não. Nenhuma empresa é perfeita e se assim fosse, investir seria fácil e todos estaríamos ricos.

Deve ficar claro que ela sempre foi uma empresa cheia de eventos não-recorrentes, ou seja, a grande distribuição de dividendos dos últimos 2-3 anos foi sempre potencializada pela distribuição de receitas advindas de outras fontes que não à distribuição de energia.   

Os resultados (principalmente do 3T2012) foram ruins? Sim - com certeza - mas particularmente ainda acredito na empresa. É claro que ela tem que efetuar diversas mudanças operacionais para melhorar os resultados e já no release de resultados do 3º trimestre de 2012 ela já informou ao mercado que estaria realizando tais mudanças, resta saber se surtirão efeitos.

Acredito que não devemos ficar com "achismos", mas tampouco tomar decisões precipitadas. Portanto, antes de tomar qualquer decisão acerca de vender o ativo vou esperar os próximos resultados (que saem no final de fevereiro) para ver qual caminho a empresa está tomando.

Proventos recebidos

Em janeiro recebi dividendos da Cemig, que já foram reinvestidos em mais ações da mesma empresa.

Dados fundamentalistas

Como se pode observar, exceto pela CCR (que entra na carteira com o foco de crescimento) todas as empresas continuam mantendo um P/L de acordo com meu planejamento e um DY% também adequado. Como ainda existe cerca indefinição em relação aos proventos da Eletropaulo, o DY de 27% deve ser desconsiderado.

Composição da carteira

Fevereiro

Em fevereiro ainda pretendo adicionar uma ou duas empresas ao portfólio (uma de crescimento e outra de dividendos) as quais pretendo manter e focar até o final de 2013.

Não vejo a adição de empresas de crescimento (com P/L alto e DY baixo - e por consequência "fora" do meu foco) como um desvio do meu planejamento. Uma proteção e diversificação maior da carteira Rico por Acaso torna-se necessária, mas ainda o foco será nas empresas boas pagadoras de dividendos.

Conclusão

O foco é o longo prazo e as quedas do curto prazo não devem ser vistas como um problema (muitas vezes são grandes oportunidades). Continuarei seguindo o planejamento, sempre de olho no futuro!

"A melhor coisa que pode nos acontecer é uma boa companhia entrar em uma crise temporária. Nós queremos comprá-las quando elas estão na mesa de operação" - Warren Buffet

Um grande abraço e um excelente mês de fevereiro para todos!